Páginas

Bruno Levhiatan Muscal Almada

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Anestesia



Chegamos tão longe, para sermos só isso... 
Ainda falta um longo caminho com muito mais disso...

Devo ser a pessoa mais otimista do mundo; Devo ser a mais contraditória de todas...
Depois de todo o ocorrido, depois de ninguém ser socorrido;
Ainda espero outro final. ainda aguardo o próximo desfecho...
Traga meu cobertor agora, ou partirei... 

A tolerância, a esperança a sobrepujança... 
O pior pessimista o maior otimista...
A maior dor a maior esperança...

Estou inerte, estou anestesiado, ainda afogado...
Já cheguei tão longe e recuso a aceitar o roteiro final...
Permanecerei anestesiado, estarei imovel.
Andarei mais lento (o exequível), escutarei muito mais...(o impossível)

A rotina... a dor; a anestesia.
A dor anestesia a rotina... 

Com toda essa dor a anestesia é vital... com essa vida, só anestesiado! 

Silêncio o anestésico da sanha.
Religiosidade o anestésico da rectidão.
Sabedoria o anestésico da racionalidade.
A vida, o anestésico do vacivu. 
A morte, a eterna anestésia geral da existência. 

A vida é tão traiçoeira e vazia quanto um encontro ecumênico. 




                                               Bruno Levhiatan (10/08/11) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário