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Bruno Levhiatan Muscal Almada

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quando...

Fácil lembrar de quando foi...
... Lembrar de quando éramos nós, mas agora só restou o eu, o outro já se foi.
Planos absolutamente performáticos mais com a absoluta insegurança de garantias totais; As que não se tinha pra dar, mas se esperava receber, só que não ganha-se nada quando não existe prémio.
Olhando daqui de cima tudo parece remoto e ao mesmo tempo infinito mais o infinito também acaba e todo controle do remoto é um remoto controle... Assim até soa repetido. Porém é assim que as coisas são, não se pode concertar um espelho que quebrou, apenas juntar cacos... Mais pra que? pra viver se machucando nas memorias ou tentar modificar o que não pode ser modificado mesmo à ferro e fogo? " é impossível repetir o que acontece só uma vez..."
Então antes de sair deste ponto consciente mais alto pense se pegar o retorno e começar a andar tudo outra vez não soa mais apropriado que insistir em um objeto moldado à base de capricho que vai do nada à parte alguma, refazer é bom pra poder acertar, a questão é desistir ou não.
Agora olhar tudo deste modo estranho e assustador fitando o próprio fim assim bem de perto fica fácil...
... Fácil lembrar quando foi...

Fôlego



Esses sons me dizem onde devo ir...
Sua voz continua a me guiar...
Em um lugar onde a percepção não é clara; Bastaria apenas mais um dia.

As imagens me levam para longe...
O tempo esta noite me esconde algo que sempre procurei...
Agora não se tem mais como fugir, a fumaça já encobre meus olhos.

Então olhe para mim, coloque suas mãos onde possa me aquecer...
Emerja agora, tudo mudou, respire mais uma vez.... bastaria apenas mais um dia.

Não é fácil recuperar o que parecia ter se perdido a bastante tempo...
Emerja agora como uma sombra que nasce diante do sol, já chegamos tão longe... já perdemos as chaves.
Respire mais uma vez, só preciso de mais um pouco de ar.

Quando se vive na escuridão qualquer resquício de luz, serve como guia, quando se vive submerso, qualquer fôlego é uma salvação.
Tudo já passou e algo restou... todos já foram e aqui estou... velhas noticias são novos consolos... 
Respire lentamente e traga meu fôlego.

Não preciso de todo o tempo do mundo... bastaria apenas mais um dia...
Não perderemos mais tempo, hoje é o dia.




                                                              Bruno Levhiatan (30/08/11)

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Inválidos...

Já tentou ir a muitos lugares...
Lugares esses onde seus simplórios desejos não podem leva-lo e nem suas pobres pernas também.
Tudo por ser um amontoado de sentimentos inválidos, por observar que nada que se fez foi bom.
Não há muito do que se queixar, quando se é um "quebrado" notoriamente não há esperança de concerto.
Faz cada vez mais frio aqui, não há cobertores, nem companhias mais a essa altura não incomoda mais.
O sonho é um dia poder dançar essa musica, dançar na companhia dos outros degenerados...
.. Mais eles são outras pessoas agora e aqui só há algo completamente diferente...coisas completamente diferentes. Justo quando tudo parecia bom me descobri sendo só...isso!
Ouvindo a melodia dos sem esperança, usurpador de alheias felicidades, um triste-alegre infeliz.
Só isso aqui envolto em pensamentos construtivos e sentimentos destrutivos posto em minha cadeira de rodas imaginarias servindo-me de aleijão, juiz e júri, preso a um factoide mal propagado...mal elaborado...
.. Agora não faça barulho.

Ato & Impulso

O que impulsiona um homem em muitas direções...
...mas ao mesmo tempo... Paralisa esse homem?
Lembranças, não de hoje mais de muito tempo, como uma carta que conta toda uma historia.
Historias de rejeição, de alguém que partiu e alguém que partiu cedo demais deste mundo, as tantas coisas que aconteceram e os tantos inimigos criados; Um dia o maior e no outro nem isso.
Acorrentado em minha vastidão inóspita muito maior do que se pode imaginar, um lugar onde a noite brilha como o dia, onde eu me perco em recordações que hoje são como estar embriagado... Uma viajem com retorno infernal.
O que faz o bom ser mal...
...ou atrai um ao outro? O que eu será?
O que impulsiona um homem em muitas direções...
...mas ao mesmo tempo... Paralisa esse homem?
Em algum lugar do passado havia sonhos, sonhos massacrados por emoções, hoje tudo que se pode perguntar é se os sonhos ainda vivem ou levou-se tempo demais pra perceber que eles foram enclausurados... Em uma prisão sem saída?
Prisão inexpugnável essa que se abre, como memorias que se abrem... Memorias de um jogo prestes a terminar.
Como as sombras se revelando sem piedade. Justo quando não há mais no que crer e justo quando mesmo havendo dualidade só resta uma direção, agora só os motivos pra odiar a si mesmo ficaram e não se tem pra onde voltar, nem ao passado.
No fim tudo foi o nada e o nada apenas um jogo.
O que impulsiona um homem em muitas direções...
...mas ao mesmo tempo... Paralisa esse homem?
Os pensamentos dele.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Silêncio Remoto




Entre tormentas e raios, sem destino...
Sem enxergar, sem respirar...
O trovão corta a luz, no horizonte não existe mais saída...
Conquistei a "misericórdia" - A queda é inevitavél...

Esse silêncio remoto, confunde a ilusão
Feridos, exaustos, onde estão?

A verdade não está mais em questão, já foi respondida - perderei meu tempo com mentiras.
Quando o silêncio, é todo o ruído a ser escutado - Quando perde-se a chave da última porta - A queda é inevitavél.

Estão enfermos, atrás do último portal do destino...
Desolados - Isolados
Nas veias circulam palavras decadentes que bombeiam um coração moribundo - A queda é inevitavél.

Como um raio o silêncio corta o fragor...
Silenciosamente não sinto mais essa dor...

Palavras que agridem a perspicaz doutrina cética...
Entre palavras insensatas,inebriadas entre contos de fadas, lendas religiosas... com vozes fragilizadas, permanecerei em silêncio, escutarei o silêncio.



                                                                Bruno Levhiatan (12/08/11)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Anestesia



Chegamos tão longe, para sermos só isso... 
Ainda falta um longo caminho com muito mais disso...

Devo ser a pessoa mais otimista do mundo; Devo ser a mais contraditória de todas...
Depois de todo o ocorrido, depois de ninguém ser socorrido;
Ainda espero outro final. ainda aguardo o próximo desfecho...
Traga meu cobertor agora, ou partirei... 

A tolerância, a esperança a sobrepujança... 
O pior pessimista o maior otimista...
A maior dor a maior esperança...

Estou inerte, estou anestesiado, ainda afogado...
Já cheguei tão longe e recuso a aceitar o roteiro final...
Permanecerei anestesiado, estarei imovel.
Andarei mais lento (o exequível), escutarei muito mais...(o impossível)

A rotina... a dor; a anestesia.
A dor anestesia a rotina... 

Com toda essa dor a anestesia é vital... com essa vida, só anestesiado! 

Silêncio o anestésico da sanha.
Religiosidade o anestésico da rectidão.
Sabedoria o anestésico da racionalidade.
A vida, o anestésico do vacivu. 
A morte, a eterna anestésia geral da existência. 

A vida é tão traiçoeira e vazia quanto um encontro ecumênico. 




                                               Bruno Levhiatan (10/08/11) 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Solitude




Noticias antigas são trazidas a mim como grandes novidades...
Dores antigas são entregues como novas soluções.
Grandes equívocos tranformados em grandes perícias...

A divida ainda é alta, o preço ainda é muito baixo, sempre estarei em déficit...
Algumas coisas ainda parecem fazer-se presentes, outras sumiram.
Atos, em atrocidades ainda fazem juizos...
A cordialidade, passou a ser escarça, sobrou apenas sua carcaça;
O ciclo ainda faz-se girar... o topo agora é o mais profundo abismo.

O amor, é um luxo pelo qual não necessito nessa vida.

Exausto de toda essa corrupição racional...
Cansado de toda essa camuflagem emocional...

Sem carências...
Sem ausências...
Sem necessidades fúteis;

Notável ausência 
A falta necessaria

"Minha solidão, não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas..."

 Em Solitude... em solidão...

A Solidão é um mau que necessito de companhia.


                                                                           Bruno Levhiatan (09/08/11)

sábado, 6 de agosto de 2011

Cabeça em Chamas

Minha cabeça doi!
Minha cabeça...tudo doi.
Recusa-se a ir, mesmo quando já se foi, foi-se depressa demais ou sorrateira demais.
Eu sou o resto, o resultado de uma contenda onde jamais haverá vencedor.
Atitudes insisteres não resolveram nada, prolongaram ainda mais um sofrimento indesejado.
Uma fuga inventada não adianta, hoje o perfume da pele não serve de abrigo e o sorriso é pior que ser esmurrado.
Errado quem achou que deixar seguir a esmo aplacaria o sofrimento. Não adiantou!
Você pode diminuir mais não pode fazer desaparecer uma grande cicatriz...
...em uma noite qualquer (como esta!) não há o que fazer prefiro deixar ir e viver com a dor ela sempre esteve aqui, eu é que não havia me dado conta...espero que a aurora chegue logo.
Até lá quero tirar a sensação de engasgo.
"Eu quero respirar, desdar o nó que aperta esse laço."

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Algoz Ilusão




Onde se encontram as piores dores...
Onde estão os maiores desencontros...
Onde a queda é muito mais alta e lenta...
Onde o transtorno é irreversível...
Onde um sorriso é muito mais falso...
Onde um carinho nunca é sentido...
Onde as desculpas nunca são aceitas...
Onde todas as idas nunca tem volta...
Onde tento gritar e não consigo...
Onde uma eternidade dura 24 horas...

O pior abrigo o pior refúgio, onde o sangue jorra sem parar...
Onde a vontade é incontrolável, onde a força supera a razão...

Sou meu maior inimigo;
Sou meu maior carrasco;
Minhas ilusões doem mais que a realidade...
Meus sonhos são meus piores pesadelos, onde durmo e continuo acordado 
Meus pensamentos são meus algozes, prendendo-me em jaulas e libertando-me em labirintos sem saídas.
Quem vai nunca fará a menor falta o maior algoz sempre estará ao meu lado.


                                                                


                                                                     Bruno Levhiatan 03/08/11

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Efêmero



Essa questão já foi respondida...
Essa dor já foi absolvida...

Escuto outros passos, aqui nesse jardim todos já se foram, agora pela manhã ele me pertence...
Vejo outros olhares, nessa estação o sol estará mais ao longe...
Percebo outros sentidos, a dor mudou de lado.

A efêmera questão transitória...
A transição efêmera questionada...
A questão é efêmera e não transita...

Toda punição é pouca;
Toda tortura é tola;
Qualquer surpresa indesejada, tornaria-se desejavél...

Essa punição ainda é muito branda, para quem; ter nascido, já foi seu maior castigo.




                                                Bruno Levhiatan (02/08/11)