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Bruno Levhiatan Muscal Almada

sexta-feira, 15 de março de 2013

Úbere Vereda

    


       Na minha persuasão existem algumas hesitações, cercando poucas questões que se multiplicam em tons de cinza, voltaria a sua cor natural, caso a natureza fosse evidente... Se perdendo aos poucos em meio a lama que escoa por limpos córregos, se encontrando em rios de água doce - amargando minha percepção.
     Inquirir mais um pouco e acabei me perdendo mais ainda, recuei perante segredos que pareciam ser eternos, recuei mais um pouco e deixei a curiosidade caminhar pelo estreito labirinto que sempre rodeou e norteou sublimes lampejos de prudência.
     De volta, dei meia volta diante a loucura que permeou por um longo período - agora já "sóbrio" procuro o final do labirinto que parece não ter seu final tão axiomático... Já não sei onde estou nem de onde vim e muito menos para aonde deveria prosseguir, me perdi logo em um exórdio e deixei a intuição me guiar... -  Intuição? Talvez; 
     A capacidade de julgamento também se perdeu, se recolheu, logo será úbere. Caminhando mais um pouco, percebo o esplendor - talvez seja o fim desses corredores?  Sim, talvez encontre outros, logo mais adiante - O que é a vida senão a longa caminhada por labirintos de finitude tão distante; A entrada em caminhos tortos, que nos guiarão para uma eterna linha reta. 
     Transpor e escapar, sempre serão idiossincrasias comuns.  Conviver com a tênue linha da insanidade e lucidez, me deixará longe de sentimentos frívolos - Uma carência, uma afetividade, a demência dominante. A brilhante arquitetura de Dédalo.
    


                                               (Bruno Levhiatan, 15/03/13)

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