A luz do sol ainda está lá...
A brisa fresca ao amanhecer ainda está lá...
O primeiro fôlego ainda se faz presente...
Aquele sorriso ainda está lá...
Aquele olhar que diz muito, ainda está lá...
A satisfação ainda está lá...
Sua presença em pensamento ainda está lá...
Meu pensamento ainda está lá...
Com esse céu limpo, ainda choverá...
A força de um abraço está lá...
Na morfina está minha endorfina...
O trago matinal permanece.
Mesmo com essa paz, ainda há a guerra...
Sinto a dor, sinto o prazer, sinto a satisfação...
Sinto o aroma, sinto os sintomas, sinto a ausência...
Ainda me pego pensando naquele tempo em que eras ativa, hoje vejo seu pior pesadelo prosseguir.
Ainda sinto o mesmo, o orgulho não se foi.
Não espere pelo paraíso;
Não espere por um milagre;
Não espere!
Se não tem sentido, se não tem motivo, não espero por nada...
Se não tem objetivo, se o final é sabido, basta viver.
A ausência das circunstâncias que nos trouxe aqui, a ausência de toda uma presença satisfatoria.
Se tudo foi por acaso, já não vem ao caso...
Se nada vale a pena, já cumpro essa pena.
(Bruno Levhiatan, 22/03/13)
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