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Bruno Levhiatan Muscal Almada

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Escopo




Agora que o mundo acabou, o que farei?
Agora que sobraram poucos o que deveriamos fazer?

Abro os olhos e percebo a destruição...

Hoje, um dia depois do fim do mundo... não reconheço o lugar onde frequentei, agora o vejo aos pedaços em meio ao caos...
Mais se pereceu, como poderia ainda permanecer aqui?

O mundo se renova a cada dia, não existe dia perdido... a cada gesto, a cada olhar, a cada palavra dirigida a você a cada respiração; definitivamente nenhum dia se repete...
Ontem meu mundo acabou, hoje comecei outro que acabará em instantes...
Tudo o que me persegue, ficará no caminho logo adiante, tudo que levo percorrerá toda vereda...

A debilidade do caminho...
A austeridade da caminhada...

A eficiência dessa deficiência que a torna mágica... em meio ao caos do fim do meu mundo, calcífico outros pilares...
Em meio aos pilares me escondo da tragédia anunciada.
Por mais tranquilo e perene que esteja, sempre sentirei o aroma do enxofre...

A caminhada prossegue até que se encontre um bom lugar, para se enfrentar o próximo apocalipse...
Em meio a escuridão enxergo uma luz verde incandescente que aos poucos se divide em um olhar, não haveria abrigo melhor...

Depois de milhas e milhas vagando em meio ao caos, enfim encontrei meu lugar.
Enterre seus segredos em minha pele... eu nunca soube onde estive até que o ultimo instante terminasse.

"É o fim do mundo todo dia da semana"



                                                               Bruno Levhiatan (13/07/11)

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